Paranapiacaba, no estado de São Paulo, se tornou roteiro turístico de terror devido a histórias relatadas por quem passa por lá
Desde o início da década de 2000 a cidade paulista de Paranapiacaba voltou ao foco dos roteiros de terror. Sim, há pessoas que buscam o medo como forma de diversão, mas mesmo quem não é simpatizante do susto gosta de ficar por dentro de mistérios, não é?
Enfim, foi nessa época que a cidade passou por uma restauração, já que contava com uma bela arquitetura com influência inglesa. Paranapiacaba tinha sido construída para abrigar trabalhadores ferroviários na época dos transportes de café para o Porto de Santos. Trabalhadores teriam morrido na cidade, inclusive em uma explosão de trem, e uma maldição teria se instalado ali.
São relatados sussurros, gemidos, gritos e até mesmo sons de trem passando e deslocamento de ar das máquinas, mas sem locomotivas funcionando ou pessoas, de fato, em agonia.
Pontos turísticos assustadores
Além da ferrovia em si, a cidade coleciona diversos pontos que são visitados por turistas buscando sustos e histórias para contar. Como Paranapiacaba leva o título de cidade mais assustadora do Brasil, o turismo por lá se baseia no medo, mas também na arte, já que a cidade tem seu charme e rende boas fotografias.
Nas matas ao redor, há o Poço das Moças, que seria o lar das almas das pessoas que morreram na floresta. Um teatro mal-assombrado ainda receberia espetáculos de dança de fantasmas, e apenas o sapateado na madeira era ouvido. Sem contar a casa nobre do município, onde viva o senhor da região. De acordo com as histórias, ele ainda vive por lá, atormentado pelo que fez no passado.
Outro detalhe que atrai visitantes é o insistente nevoeiro que cobre a cidade. As imagens que circulam na internet são reais, mas parecem montagens. Quem conhece o game Silent Hill se sentirá ainda mais inserido no contexto amedrontador de Paranapiacaba.
Confira todos os detalhes assustadores no vídeo:
O medo causa prazer
O ser humano adora sentir medo. Prova disso são os sempre populares filmes de terror, são dezenas de novos títulos por ano. Biologicamente falando, o medo nos fez sobreviver até os dias de hoje. Se fôssemos corajosos e enfrentássemos todos os desafios e perigos, certamente já teríamos sido extintos.
Sendo assim, essa emoção nos acompanhou ao longo de toda a história humana e nos ajudou a tomar o topo da cadeira alimentar. Talvez por isso, as pessoas se apaixonam por sentir medo. Hoje, já não precisamos da adrenalina causada pelo terror para escapar de algum animal selvagem, por exemplo. Mas os efeitos causados no organismo podem se tornar viciantes.
Pular de paraquedas, bungee jump ou conferir aquele filme novo e aterrorizante são opções, não obrigações. Sentir aquele arrepio na espinha e ativar os mecanismos de defesa do corpo são atrativos para muita gente. Sentir medo traz algo prazeroso, mas de forma controlada.
Na década de 1930, o médico Walter Bradford (EUA) já havia descrito o caminho do medo no cérebro. Situações que causam sustos ativam e estresse ativam o hipotálamo, e isso resulta na liberação de diversos hormônios, como adrenalina e cortisol. Com isso, as pupilas dilatam, a pressão do sangue também muda, o coração acelera e todo o corpo entra em estado de alerta. Essa confusão hormonal causa prazer em algumas pessoas, e isso acaba se tornando uma forma de diversão.