Diversos setores de autoridades chinesas e organizações civis ordenaram que moradores renunciassem a animais de estimação. Por ser um vírus zoonótico, ou seja, pode ser transmitido entre humanos e animais, o novo coronavírus chinês fez com que o governo agisse dessa maneira.
Em poucas semanas de infecção, mais de 200 pessoas morreram, segundo o MailOnline. Vilarejos, residenciais e empresas receberam e retransmitiram comunicados sobre o vírus e os animais. Uma vila de Hebei, por exemplo, pediu para que as famílias dessem fim aos animais de estimação em cinco dias. Foi usado o termo “lidar”. Caso contrário, as próprias autoridades “lidariam” com eles.
Em Shaanxi, os moradores foram instruídos a pensar na situação “de uma forma geral” e descartar cãoes e gatos imediatamente. Após um alerta vindo do principal especialista em doeças infecciosas do país, as coisas começaram a tomar este rumo. Ele disse que animais domésticos também precisariam ficam em quarentena, caso fossem expostos a humanos doentes.
A Organização Mundial da Saúde, por outro lado, afirma que não viu nenhuma evidência do vírus sendo transmitida para cães e gatos.
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Governos locais ameaçam matar animais que forem encontrados nas ruas
Em Wuhan, sem dúvida considerado o epicentro do surto, um bairro chegou a proibir que seus moradores deixassem cães, gatos e gado saírem suas casas. Em um aviso publicado na comunidade, as autoridades locais ameaçaram capturar, matar e enterrar os animais, caso encontrassem algum.
A cidade de Anshan, na província de Liaoning, pediu que todos os mercados de animais de estimação a parassem temporariamente com o comércio. Forças policiais foram instruídas a impedir que os residentes passeassem com seus cães de estimação em público.
Também foi proibido que pombos de criação voassem pela região. Os pombos selvagens, segundo os informativos, seriam abatidos de acordo com o avanço do surto.
Ainda segundo informações do MailOnline, Peter J. Li, que é especialista em políticas da Humane Society International, em resumo, disse que a organização encontrou memorandos emitidos por autoridades locais chinesas que ordenavam a proibição e até a morte de cães e gatos de rua.
“Esta não é a abordagem correta para as autoridades locais da China lidarem com a crise nacional que pode ser atribuída ao comércio de animais selvagens fora de controle da China”, afirmou Li ao MailOnline.
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“Seus atos também mostram que muitas autoridades locais da China não têm competência para administrar a sociedade chinesa”, concluiu.
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Especialistas alertam sobre possibilidade de contaminação de mamíferos
A professora Li Lanjuan, membro da equipe de especialistas sênior da Comissão Nacional de Saúde da China, em resumo, alertou nesta semana que os donos de animais devem tomar cuidado extra com seus pets, pois o vírus ‘se espalha entre mamíferos’.
Ela também é acadêmica da Academia Chinesa de Engenharia, e disse à emissora estatal CCTV na quarta-feira: “Nesta temporada epidêmica, os donos de animais devem fortalecer a gestão de seus animais de estimação”.
Ela acrescentou: ‘Se seus cães correm para fora e entram em contato com o surto ou com as pessoas infectadas pelo vírus, seus animais de estimação também devem ser colocados em quarentena, em suma. “Como a epidemia se espalha entre mamíferos, devemos tomar precauções contra outros mamíferos.”
Enfim, relatos em redes sociais sugeriram que os comentários levaram os donos a abandonar seus companheiros de animais, com alguns sugerindo que cães e gatos foram esmagados até a morte. Embora esses relatórios permaneçam sem verificação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, nenhuma evidência sugeriu que gatos e cães também pudessem pegar o coronavírus.
As informações são do Daily Mail.